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Engraçado que até quem ganha com isso - o borracheiro - anda preocupado. Essa semana, vi o borracheiro que fica ali no topo da Ladeira do Cabula colocando uns cones para os motoristas pararem de cair na cratera que se formou na frente do seu estabelecimento. O que seria a solução dos seus problemas, virou o próprio problema. A borracharia não tem estrutura operacional para tantos clientes. O borracheiro, esperto que é, decidiu então sinalizar a presença do buraco/cratera para reduzir a demanda pelos seus serviços. A Rótula do Abacaxi, com apenas seis meses, está parecendo a Lua. Todo dia enormes buracos são descobertos naquela região.
É comum também a formação de buracos e 'lombadas' nas pistas que trafegam uma grande quantidade de ônibus. Eu não sei a razão disso, mas já que dei pitacos científicos acima, acredito que o óleo que cai dos ônibus junto com o calor desta cidade deixa o asfalto mais mole, facilitando a formação, ou melhor, a deformação do pavimento asfáltico.
Segundo a pesquisadora e professora Liedi Bernucci, da USP, a principal causa para este fenômeno que se espalha, é a falta de manutenção preventiva nos asfaltos. “Quando começam a aparecer trincas no asfalto, ele precisa de um revestimento delgado para impermeabilizá-las”, afirma. Outro entendido no assunto, o engenheiro Janos Bodi, da Prefeitura de São Paulo, diz que tapar buracos não resolve. “O ideal é recapear as vias, mas poucos municípios têm dinheiro para sair da manutenção provisória”, diz.
Cratera na Ladeira do Cabula |
Os efeitos destes buracos nos bolsos dos motoristas são graves. Os automóveis necessitam constantemente de manutenção preventiva e corretiva em pneus, suspensão e amortecedores. Os custos para o motorista já são altos, some agora estes novos custos. Fora que estes buracos são também responsáveis por muitos acidentes. E quem mais sofre é quem? O peão que tá dentro do busú, que além de pagar caro pra entrar naquela lata de sardinha velha, ainda tem que praticar malabarismo no seu caminho pra casa...