segunda-feira, 7 de março de 2011

Um convite para a morte

E aí, vai encarar?
A Avenida Mário Leal Ferreira, mais conhecida como Avenida Bonocô, é um dos maiores trechos articuladores do nosso município. Não chega a ser uma via expressa pois lhe falta muitas das características, mas liga de forma eficiente o Centro Tradicional e o Centro de Camurugipe (região do Iguatemi), além de ser uma ligação importante entre Salvador e sua região metropolitana, via BR-324. Apesar destas qualidades, considero a Avenida Bonocô um dos trechos mais perigosos de Salvador. Passar por ela, principalmente nos horários de pouco fluxo de veículos é uma experiência similar a estar em um autódromo. Carros trafegam em altíssima velocidade, e não há qualquer segurança nesta via. Se de um lado o asfalto é novo e bonitinho, do outro é totalmente esburacado e não há sequer sinalização das faixas no chão, transformando o tráfego numa verdadeira "suruba automobilística". Por que diabos até hoje não colocaram lombadas eletrônicas nesta avenida??? Ah sim, existe uma logo no início dela, na qual os veículos reduzem e logo sentam o pé no acelerador. Onde deve-se controlar a velocidade não o fazem, mas se você precisar sair da Paralela pra chegar no Hospital Roberto Santos, via Saboeiro, você tem que passar por uns 250 quebra-molas. Ou seja, não bastasse o sofrimento de estar em uma ambulância, você ainda tem que sofrer mais um pouquinho com os redutores físicos de velocidade. Quem que planeja isso? Mas o convite para a morte do título não se refere a isso.

Autódromo Mário Leal Ferreira, o Bonocô
Voltando pra Avenida Bonocô, eu queria saber se sinceramente alguém sóbrio neste mundo entende aquela obra apoteótica do canteiro central. Eu não sou urbanista, mas não é possivel que aquilo lá não contrarie todos os conceitos de urbanismo. Aquela obra é uma tragédia anunciada. Uma área de lazer no canteiro central de uma via quase-expressa e pior: com apenas UMA rampa de acesso. É comum durante o dia ver pessoas atravessando a pista, principalmente crianças, para ter acesso ao lazer. Se quiserem ter uma travessia segura terão que andar pelo menos 1km. É praticamente um convite à transgressão. Onde estava o bom senso de quem projetou aquela porcaria??? Não é viável uma área de lazer, com características de praça de bairro, instalada no meio de uma via de alta velocidade. - Ahhhh véi, você tá pegando pesado...alí dá pro cara fazer um cooper, é saudável, tá ligado? Tá bom, caminhada ali é o mesmo que respirar 3kg de monóxido de carbono, super saudável. Usuários já reclamam mais proteção contra acidentes. O principal foco são os alambrados, estrategicamente colocados ali pra proteger os frequentadores em caso de impacto, mas que uma frágil criança consegue entortar para poder atravessar a pista.

“As imagens falam por si. As grades já estão quebradas”, afirmou um servidor municipal que, por estar em estágio probatório, pediu para não ser identificado.

“Teve uma batida aqui que nem o concreto resistiu, imagine a grade”, reclamou Lia Sfoggia, que fazia ginástica no espaço da Bonocô.

A Desal, órgão da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura, afirmou que o alambrado de proteção será mantido. A companhia atribui os problemas no local ao vandalismo e negou que haja perigo em razão do trânsito. “O canteiro da Paralela é aberto. Já subiu algum carro lá?”, indagou a assessoria do órgão (esse entende!!!). Segundo a Desal, a área de lazer é fruto de um projeto cujos estudos recomendaram o uso de grades, ao invés de alternativas como a instalação de proteção de concreto.

- To chegando mané!!!
E não precisa ser profeta do apocalipse pra dizer que em breve haverá um acidente de grandes proporções naquela área de lazer, que deveria ter o mínimo de segurança. Aquilo lá é um convite para a morte. (toc toc toc)


Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=64493

2 comentários:

  1. Isso sem falar quando o metrô estiver funcionando (se é q um dia irá). Imagino que pequenas pedras de concreto caiam sobre a "área de lazer", atingindo assim os passantes. Mas essa obra é exemplo concreto do caos que é a prefeitura, que se vende como de participação popular, mas vemos obras e normas sendo executadas sem nenhum debate aberto ao público, sem aproximação com a academia científica, sem nenhuma análise positiva sobre os impactos... no fim, uma completa loucura (mas o povo reelegeu o cara, né? Tamos pagando pra ver)

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  2. A população não precisa de convites para transgredir. Basta ver quantos atropelamentos acontecem muito próximos às passarelas. Perguntem pro pessoal que mora em Cosme de Farias e Luis Anselmo se eles não estão felizes com o espaço, comprando até roupa pra "malhar"?!
    Procurem saber também quantas toneladas de monoxido de carbono se respira no Dique do Tororó e quantos carros já cairam lá dentro sem proteção nenhuma? Quantos morreram atropelados?
    Queria deixar claro que gostei muito desse blog, mas precisamos ter cautela e bom senso nas avaliações. Reconheçamos que o vandalismo na cidade está absurdo e a falta de educação do povo é baiano é de entristecer. A prefeitura tem sua parcela de culpa, mas...

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