sábado, 3 de setembro de 2011

Respeite a fila!

Depois de quase três meses distante deste espaço, e sem qualquer desculpa esfarrapada, estou de volta. Fiquem tranquilos que aqueles textos acadêmicos pouco aparecerão por aqui, até porque demandam algum tempo para criá-los, e tempo é algo escasso neste momento de acumulação da minha vida. Há momentos em nossa vida que o nosso tempo fica mais caro ou mais barato, o que nos faz inconscientemente calcular os custos de oportunidade de cada escolha. - Ah maluco, é vem você de novo com essas maluquices... Tudo bem 'maluco', não vou me aprofundar nisso não, relaxe.

Apesar da promessa de não me aprofundar no assunto, vou continuar falando do custo do tempo. Se o tempo tem valor para todos, no trânsito o tempo de todo mundo vale uma mega-sena acumulada. Todo mundo na voracidade, querendo chegar logo ao seu destino, nem que para isso tenham que acelerar até onde seus 1.0 aguentarem (uns 120km/h) e os buracos da cidade permitirem. Parafraseando um jovem que deu entrevista sobre o Stock Car no Globo Esporte Bahia, ultrapassar é uma sensação "adrenalizante" (esse usa bem as palavras).

O ser humano é muito ligado às perdas. A dor da perda é muito maior do que a alegria da vitória. A vitória é breve, a derrota deixa um gosto de sangue na boca por muito tempo. - Quem bate esquece, né vei? Quem apanha não esquece... Já dizia o velho Murphy (nem sei se esse cara existiu), a fila do lado sempre anda mais rápido. Quando você está em uma fila e ela avança rapidamente, esta 'vitória' não é processada pelo seu cérebro, mas basta a fila do lado começar a andar mais rápido, que o seu cérebro te manda uma mensagem: - Vai deixar é? Olha lá, o cara que chegou agora na fila já tá na sua frente, vai ficar aí dando mole é?... É nessa hora que o instinto de selvageria aflora e ficamos putos, prontos a mudar de fila. Como o ser humano quando está em grupo torna-se previsível, não é difícil imaginar o que acontece. Muitos mudam de fila, e a fila do lado passa então a andar mais rápido. Este ciclo só termina quando o indivíduo percebe que é um imbecil se continuar ouvindo os seus instintos, aceita que fez merda e para de mudar de fila. Resultado final, era melhor ter ficado quieto, bancar de esperto não lhe proporcionou nenhum ganho de tempo.

Achei este vídeo no Youtube, que mostra bem isso aí que falei acima. Não falei muito do trânsito, mas quem precisar de um resultado empírico destas minhas pobres palavras, preste atenção quando estiver na Paralela, ACM, Paulo VI, Manoel Dias, Magalhães Neto, Silveira Martins, D. João VI ou qualquer outra avenida frequentemente engarrafada da cidade. Verá na prática o que o sentimento de perda não é capaz.



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